
A perda auditiva afeta cerca de 20% da população mundial. Isso significa que mais de 1 bilhão de pessoas tem algum grau de dificuldade para escutar.
Muitas vezes, a perda é gradual e pode passar bastante tempo até que a pessoa perceba essa mudança. Desde a dificuldade para acompanhar conversas em ambientes barulhentos até a necessidade de aumentar o volume da televisão, os sinais de perda auditiva podem ser sutis, mas são importantes para reconhecer e tratar precocemente.
Neste artigo, vamos explorar as causas comuns da perda de audição, seus sintomas e as opções de tratamento disponíveis.
Para quem está enfrentando dificuldades auditivas, é essencial considerar uma consulta com um médico especialista, que pode ajudar garantir um tratamento adequado e a restaurar a qualidade de vida.
Dra. Milena Quadros – médica especialista em perda auditiva em São Paulo

Dra. Milena Quadros é médica Otoneurologista, especialista no diagnóstico e tratamento de doenças do ouvido e labirinto, atuando na cidade de São Paulo, Capital. Faz atendimento clínico, exames complementares, injeções timpânicas e tratamentos personalizados para diversas doenças que afetam a audição.

Tipos de Perda Auditiva

A audição pode ser afetada de diferentes formas em cada paciente. Os principais tipos de perda de audição incluem:
- Perda Auditiva Sensório-Neural: Este tipo ocorre quando há danos nas células sensoriais da cóclea ou no nervo auditivo. Pode ser causado por envelhecimento, exposição a ruídos altos, condições genéticas, infecções ou tumores.
- Perda Auditiva Condutiva: Resulta de problemas no canal auditivo, tímpano ou no ouvido médio, que impedem que o som chegue à cóclea. Pode ser causada por acúmulo de cera, infecções ou anomalias no ouvido médio. Muitas vezes, é tratável com medicamentos ou cirurgia.
- Perda Auditiva Mista: Combina características da perda auditiva sensorioneural e condutiva. Pode ocorrer quando há uma combinação de danos no ouvido interno e problemas no ouvido médio ou canal auditivo.
- Perda Auditiva Súbita: Refere-se a uma perda auditiva que surge rapidamente, muitas vezes sem uma causa perceptível. Pode ser desencadeada por fatores variados, como infecções virais, problemas circulatórios, condições auto-imunes, e exige tratamento imediato para melhorar as chances de recuperação. É considerada uma urgência na medicina.
- Perda Auditiva Congênita: Presente desde o nascimento, pode ser causada por fatores genéticos ou ainda por condições durante a gravidez ou parto. Exige acompanhamento desde cedo para promover o desenvolvimento auditivo e a comunicação adequada da criança.
Cada tipo de perda auditiva tem suas características e tratamentos específicos, por isso é essencial consultar um especialista para um diagnóstico preciso e a escolha da melhor abordagem terapêutica.

O que pode causar Perda de Audição?
A dificuldade para ouvir pode ser causada por uma variedade de fatores. Entre as principais causas estão:
- Perda Auditiva Relacionada à Idade (Presbiacusia): O envelhecimento pode levar ao desgaste das estruturas do ouvido, resultando em perda gradual da audição.
- Exposição a Ruídos Intensos: A exposição a sons altos, como música em volume elevado (principalmente com uso de fones de ouvido), shows, explosões ou ruídos industriais, pode danificar as células do ouvido e causar perda auditiva.
- Infecções e Inflamações: Infecções no ouvido, como otites, e condições inflamatórias podem afetar temporária ou permanentemente a audição.
- Doenças do Labirinto: Algumas condições, como a Doença de Menière, podem causar perda de audição temporária ou permanente. Devem ser suspeitadas principalmente quando existe queixa de tontura em associação à dificuldade de ouvir.
- Acúmulo de Cera: O excesso de cera no canal auditivo pode criar bloqueios que interferem na passagem do som.
- Doenças Genéticas: Condições hereditárias podem resultar em perda auditiva desde o nascimento ou ao longo da vida.
- Traumas e Lesões: Lesões na cabeça ou no ouvido podem danificar estruturas auditivas e causar problemas de audição.
- Medicamentos Ototóxicos: Alguns medicamentos, como certos antibióticos e quimioterápicos, podem ter efeitos colaterais que afetam a audição.
- Doenças Sistêmicas: Condições como diabetes e hipertensão podem impactar a saúde auditiva ao longo do tempo, principalmente quando não tratadas.
Identificar essas causas é fundamental para um diagnóstico preciso e para buscar o tratamento adequado para a dificuldade auditiva.

Quais exames o médico pode solicitar para investigar perda auditiva?

Além de uma história clínica e exame físico completos, alguns exames complementares podem ser utilizados para determinar a causa e a extensão do problema. Os principais incluem:
- Audiometria: É o exame mais importante nessa avaliação. Consegue medir a capacidade auditiva em diferentes frequências e intensidades de som. O paciente usa fones de ouvido e responde quando ouve os sons, além de ser solicitado que repita algumas palavras. Isso permite diagnosticar o grau e o tipo da perda auditiva.
- Imitanciometria: Mede a resposta do tímpano ao som e à pressão. Esse exame ajuda a verificar a presença de problemas no ouvido médio, tímpano, músculos ossículos, tuba auditiva e nervos do ouvido. Usualmente é feito em conjunto com a audiometria.
- Emissões Otoacústicas (EOA): Mede os sons que são refletidos pelo ouvido interno em resposta a estímulos sonoros. É um exame rápido e não invasivo que pode detectar alterações nas células ciliadas da cóclea.
- Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico (PEATE ou BERA): Avalia a resposta do nervo auditivo e do cérebro aos sons. É útil para detectar problemas como tumores e outras doenças das vias auditivas do sistema nervoso central.
- Eletrococleografia: Avalia, principalmente, se há aumento na pressão do ouvido interno que possa causar a perda auditiva.
- Exames de Imagem: Quando existe suspeita de alterações estruturais do sistema auditivo causando a perda auditiva, pode ser necessária a solicitação de Tomografia Computadorizada e/ou Ressonância Magnética.
- Exames de laboratório: Análises de sangue para verificar problemas como diabetes, aumento de colesterol, alterações hormonais ou infecções que podem causar ou agravar a perda de audição.

Tratamentos para Perda Auditiva

Os tratamentos para surdez variam de acordo com o tipo e a causa da perda auditiva. Os principais tratamentos incluem:
- Uso de Aparelhos Auditivos: Dispositivos eletrônicos que amplificam a audição. Atualmente, existem opções muito modernas, discretas e tecnológicas que permitem reabilitar os mais diversos tipos de perda auditiva com conforto e qualidade.
- Medicamentos: Algumas condições que causam perda auditiva podem ser tratadas com medicamentos, como antibióticos para infecções do ouvido, tratamento e controle de doenças do labirinto ou, ainda, uso de corticosteróides para inflamação e perda auditiva súbita.
- Injeções timpânicas: Alguns pacientes podem necessitar de injeções e infiltrações de medicamentos diretamente no ouvido. Indicadas principalmente nos casos de surdez súbita e para aqueles que sofrem com efeitos colaterais de medicações via oral.
- Cirurgia: Em casos de perda auditiva causada por otites médias crônicas, acúmulo de secreções, tumores malformações ou lesões no tímpano e ossos da audição, procedimentos cirúrgicos podem ser indicados para restaurar a audição.
- Implantes Cocleares: São dispositivos eletrônicos inseridos por cirurgia no ouvido interno que estimulam diretamente o nervo auditivo, proporcionando uma opção de reabilitação às pessoas com perda auditiva severa ou profunda.
- Tratamento de Doenças Subjacentes: A perda auditiva causada por condições sistêmicas pode ser tratada ao controlar a doença subjacente.
Cada abordagem é escolhida com base no tipo e na gravidade da perda auditiva, assim como nas necessidades individuais do paciente. Consultar um médico especialista é essencial para determinar o tratamento mais adequado.

O que pode acontecer se a perda de audição não for tratada?

A dificuldade de ouvir, quando não tratada, pode ter impactos significativos na qualidade de vida. Aqui estão algumas das principais consequências:
- Dificuldades na Comunicação: A dificuldade para ouvir pode levar a mal-entendidos e a uma comunicação menos eficaz, o que pode afetar relacionamentos pessoais e profissionais.
- Isolamento Social: Pessoas com perda auditiva não tratada podem se sentir isoladas, pois podem evitar interações sociais e atividades que envolvem conversas, contribuindo para o sentimento de solidão.
- Impacto na Saúde Mental: O isolamento e a frustração causados pela perda auditiva podem aumentar o risco de depressão e ansiedade.
- Diminuição da Qualidade de Vida: A dificuldade em ouvir pode afetar a capacidade de participar plenamente das atividades diárias e de aproveitar momentos importantes com amigos e família.
- Demência: Estudos indicam que a perda auditiva não tratada pode estar associada a um risco aumentado de perda de memória e demência. A audição é essencial para manter o cérebro estimulado e saudável por muitos anos.
- Comprometimento da Segurança: A dificuldade em ouvir sons importantes, como alarmes e sinais de alerta, pode comprometer a segurança pessoal e aumentar o risco de acidentes.
Buscar ajuda médica e tratamento adequado para a perda auditiva é essencial para manter uma boa qualidade de vida e prevenir essas consequências. Se você ou alguém que você conhece está enfrentando problemas auditivos, consulte um otorrinolaringologista para uma avaliação detalhada e orientação sobre as melhores opções de tratamento.
